Uma
ideia, uma ação!
Uma
ideia que deu certo.
Como eu
visitava amigas idosas e solitárias, um dia
sonhei em realizar um projeto, que me permitisse levá-las a um lugar aprazível no campo, para curtir a natureza com outras pessoas idosas. Quem me despertou isso foi a senhora Natsuko Yuassa, mãe do nosso querido Dr. Roberto Yuassa. Na época ela estava idosa, morava sozinha e sua solidão era maior porque conversava na língua materna, em japonês. Então, seu contato com outros era muito restringido pela falta de domínio do Português. E eu interessada em aprender a falar a minha língua materna fui lá conhecê-la. E apesar de ter sido muito difícil o começo por eu falar só Português e ela só japonês, acabamos nos entendendo muito bem. Ela era gentil, atenciosa, e gostava de me contar passagens de sua vida de mocinha no Japão. Aprendi muito com ela sobre comportamento social e costumes japoneses.
sonhei em realizar um projeto, que me permitisse levá-las a um lugar aprazível no campo, para curtir a natureza com outras pessoas idosas. Quem me despertou isso foi a senhora Natsuko Yuassa, mãe do nosso querido Dr. Roberto Yuassa. Na época ela estava idosa, morava sozinha e sua solidão era maior porque conversava na língua materna, em japonês. Então, seu contato com outros era muito restringido pela falta de domínio do Português. E eu interessada em aprender a falar a minha língua materna fui lá conhecê-la. E apesar de ter sido muito difícil o começo por eu falar só Português e ela só japonês, acabamos nos entendendo muito bem. Ela era gentil, atenciosa, e gostava de me contar passagens de sua vida de mocinha no Japão. Aprendi muito com ela sobre comportamento social e costumes japoneses.
Fizemos a primeira
reunião com uns dez idosos lá na Cozinha Caipira, na estrada para a Usina. E
daí para cá foram setenta e sete reuniões, com o grupo crescendo mais e mais a
ponto de ser necessário limitar o número para melhor atender a todos.
Muita coisa aconteceu
durante esse tempo que passou. Perdemos o seu Egídio, um dos fundadores que nos
deu a maior força. Perdemos dona Luisinha, seu Jorge Cury, Professor Aristides,
Professor Sperandio, Lourdinha Codonho, Maria Menegatti, dona Palmira,
Lupércio, Toninho do pandeiro, dona Onofra e dona Nair. Foram todos brincar de
ciranda no céu. Partidas naturais porque todos lá no grupo são idosos.
Outros ocuparam suas
vagas na Ciranda e atualmente temos umas sessenta pessoas, que participam
mensalmente das reuniões. Lá conversamos, trocamos ideias, cantamos, oramos e
dançamos. Tudo de forma natural, sem regras apenas com o objetivo de alegrar o
pessoal.
E felizmente, contamos
com um grupo de violeiros e sanfoneiros que nunca faltam para animar nossas
tardes. E esses músicos assumiram o papel de ajudar os idosos solitários
participando voluntariamente.
Por tudo isso, a alegria é o tom da festa.
Por tudo isso, a alegria é o tom da festa.
Muita gente pede para
entrar no grupo e nós procuramos controlar esse afluxo, porque o espaço não é
grande e queremos garantir o conforto de todos que lá vão. Sabemos que há
muitos idosos necessitados, mas não podemos absorver a todos, porque acima de
tudo está a qualidade de atendimento que queremos proporcionar. E damos
prioridade aos idosos que moram sozinhos, que não têm vida social e vivem meio esquecidos. O que difere esse
trabalho dos asilos é que os nossos idosos voltam sempre para suas casas,
porque só saem para se divertir. E o compromisso da ciranda é apenas acabar com
a solidão de todos. E nunca tirá-los de seu cantinho onde se sentem confortáveis.
Nada é mais forte que
dar-se as mãos e brincar com os amigos. À direita ter alguém segurando
firmemente a mão e à esquerda também. E rodar cantando ciranda, cirandinha como
nos tempos de criança... Isso passa uma energia sem igual para todos. Todos se
sentem fortalecidos e a alma fica repleta de bons fluídos e muita vontade de
continuar vivendo.
A Ciranda chegou para
ficar.
Que nunca mais pare de
rodar e levar alegria a todos.
Mirandópolis, outubro
de 2017.
kimie
oku in