domingo, 23 de outubro de 2016

                                     Seis anos depois...

  
  Parece que foi ontem...

      Minha amiga senhora Natsuko, genitora do nosso querido médico Dr. Roberto Yuassa morava sozinha. Já era bem idosa e eu ia visitá-la regularmente, para aprender a língua japonesa. E ela, tranquila, fina e delicada foi me ensinando tantos procedimentos corretos e falares, que eu desconhecia na minha profunda ignorância da cultura japonêsa.
      E volta e meia ela chorava de tristeza, com saudades de seu esposo que partira bem antes e do jovem neto Júnior, que havia ido tão precocemente... Eu ficava desolada, vendo-a derramar lágrimas de saudades... E um dia, me ocorreu que seria tão bom se eu pudesse levá-la ao campo, num lugar bem aprazível, para respirar o ar puro e curtir o som dos passarinhos cantando... Para enxugar essas lágrimas...

E aí comecei a acalentar um sonho. Sonho de ajudar pessoas idosas e solitárias a driblar a solidão de suas vidas, com encontros mensais ou semanais de amigos em condições semelhantes. E olhando em volta, percebi como havia idosos vivendo sozinhos, necessitados de carinho e atenção. Daí escrevi uma crônica, em que expus esse desejo de ajudar os idosos a levar uma vida mais agradável.
Passado um tempo, o Senhor Mário Varela, empresário e pecuarista local que eu nunca vira antes, apareceu em casa de repente e disse: “Vim comprar o seu sonho! O sonho de ajudar os idosos!”
Fiquei atarantada, sem saber o que dizer. Mas, o senhor Varela que é rápido no gatilho, apesar de na época já ser uma pessoa idosa, foi reunir amigos que pudessem entender a minha intenção.
E numa tarde, nos reunimos na calçada do Bar Açaí, que nem existe mais, e estabelecemos as regras desse grupo que iríamos formar. Sugeri o nome “Ciranda”, porque formaríamos uma grande roda, segurando as mãos uns dos outros, para todos se sentirem confortados, esquecendo-se da solidão. E aí mesmo, no meio da rua, em plena tarde formamos a roda e brincamos de ciranda, cirandinha. Éramos em sete pessoas apenas: Milton Lima, Chiquinha, Ana Maria Jacomelli, Mary Magro, Júlio César, Mário Varela e eu. Estava fundada a Ciranda!  E conseguimos registrar esse momento com uma foto...
Nessa época, a dona Natsuko não tinha mais condições de participar da Ciranda, devido à idade e às condições debilitadas de sua saúde. Gostaria tanto de tê-la levado pelo menos uma vez... Tempos depois, ela veio a falecer. Amiga Yuassa sama... Inspiradora da Ciranda. A ela, minha gratidão eterna, pela gentileza de seus ensinamentos e pela inspiração da Ciranda.
Importante, porém foi estabelecer três regras fundamentais:
 O Grupo Ciranda não teria
- conotação política,
- conotação religiosa,
- nem fins lucrativos.
E assim, partimos a fim de convidar as pessoas. Encontramos muita resistência, porque pessoas sós e esquecidas são muito desconfiadas. Era também época de campanha eleitoral, e percebia-se no olhar que desconfiavam que pediríamos votos... Muitos nem quiseram ouvir nossas propostas... E morreram tristes e sozinhos algum tempo depois. Foi uma pena!
  Apesar de tudo, conseguimos juntar treze idosos e realizamos o encontro. Foi no dia 15 de outubro de 2010, Dia do Professor. Como não tínhamos um lugar definido, fomos ao Restaurante Cozinha Caipira, a oito quilômetros da cidade. E lá conversamos bastante. Alguém levou um violão, e as pessoas ensaiaram timidamente algumas canções. Lembro-me que o professor Walther foi, assim como a esposa Rachel. Como estava fraco das pernas, o Milton e uns amigos carregaram o Professor numa cadeira de varanda, do carro até o interior do Restaurante. E brincamos de Ciranda. Algumas pessoas declamaram, outras cantaram. Foi uma brincadeira de criança, protagonizada por adultos.

E a partir de então, viemos realizando esses encontros mensalmente, sem falhar. Só não nos reunimos no mês de dezembro, que é meio atropelado para todos do grupo de apoio.
Logo, outros amigos foram se agregando ao grupo, como a Flora Forte, a Poliana Ventura, a Isabel e o Zé Maria de Carvalho. Depois, vieram o Professor Gabriel Carbello, o José Antonio Lima, a Vina Ramires, o Oswaldo Resler, a Maria José Braga Candil, a Fátima Sanches, a dona Aurora Florindo, a Dimar, a Leonor Rezeke. Convidei muita gente que teria condições de ajudar o grupo, mas se recusaram, dizendo que não tinham tempo. E eram todos aposentados... Difícil arrebanhar voluntários... As pessoas não sentem empatia pelos idosos esquecidos... Não pensam que também serão velhos e esquecidos, um dia. Até hoje não entendo essa indiferença. 

Percebi com muita tristeza que, muitos idosos são ariscos e não aceitam esse tipo de lazer. A princípio, andei convidando umas pessoas que realmente precisavam para espantar sua total solidão, mas parece que a timidez ou o orgulho falaram mais alto e não aceitaram. Convidei uma vez, duas vezes, três e... Acabei desistindo. Tem gente que não aceita ajuda, apenas por orgulho. Desventurados! É tão bom ser simples e aceitar os convites da vida, para viver melhor. E reconhecer que todos têm limites... E que todos nós precisamos demais uns dos outros, para tornar a vida menos áspera. Barreiras de orgulho e preconceitos tolos... Somos todos pobres de Deus, e todos precisamos da companhia de outras pessoas, para amenizar a solidão.


E com essas e outras chegamos aos seis anos de Ciranda. Nesse período perdemos uma porção de amigos, que partiram de mudança, outros que desistiram da Ciranda por problemas na família. E outros que foram cirandar no céu como o senhor Egídio Vicente, que foi fundamental no começo da Ciranda, a dona Luisinha Cury, o senhor Aristides Florindo, que foi meu chefe na Escola Ebe Aurora, o Jorge Cury, que se apaixonou totalmente pela  Ciranda, o Professor Walther Sperandio, a Lourdinha Codonho, a Maria Menegatti, a Palmira Martins, o divertido Toninho do pandeiro, a Onofra Nunes, o Lupércio Salvá, o seu Marcolino... É natural que tenha havido tantas mortes, porque somos todos idosos, e uma hora alguém tem que partir... Então, estabelecemos que não faríamos  homenagens a quem quer que morresse. Apenas proporcionaríamos um pouco de lazer enquanto vivos. E mesmo nos aniversários, nada faríamos de especial para a pessoa, a não ser cantar e cumprimentar, para não discriminar ninguém. E assim, viemos fazendo em nossas tardes de ciranda. Tudo em paz, sem desentendimentos.

    Já realizamos cerca de sessenta
 e seis encontros, em que cantamos, contamos piadas, declamamos, fazemos orações e brincamos de roda, como se fôssemos crianças... Aliás, nessa hora, todos se tornam crianças e revivem os tempos inocentes da infância. E o melhor de tudo é dar as mãos aos parceiros da direita e da esquerda, para todos sentirem que há alguém segurando firmemente a mão, e passando só energia positiva... Nessa hora, há uma comunhão de sentimentos pelo bem estar de todos. Uma roda, uma mandala, um círculo só de forças positivas. Energia pura.
Já sugeri a amigos que formem outros grupos de ciranda, de vizinhos, de familiares, de grupos de trabalho mas até agora ninguém copiou. Já me ofereci para ajudar na organização, mas o desinteresse... E há gente que quer participar da Ciranda, mesmo não precisando dela. Acham que é um clube social para se destacar na comunidade. E eu já me cansei de explicar a finalidade da Ciranda. Nossa Ciranda não tem objetivo de promover ninguém e, nem tem finalidade beneficente. É apenas uma grande brincadeira que deu certo.
A Ciranda só quer ajudar pessoas idosas, que passam seus dias numa solidão sem fim. Então, quem tem seus grupos sociais não precisa da Ciranda. Só convidamos algumas pessoas, porque o espaço não é tão amplo, e precisamos respeitar o pessoal da Chácara.

Os donos da Chácara, seu Albertino e dona Cleusa Prando nos disponibilizaram um barracão para os encontros. E o espaço já se tornou pequeno pelo volume dos participantes. Especialmente, quando convidamos os internos do Asilo local, que vibram quando estão lá. Já fomos cirandar lá na AMAI também, como se pode comprovar pela foto ao lado.
E na sexta feira passada, dia 21 fizemos um almoço de celebração pelos seis anos de Ciranda. Para nossa decepção, o seu Mário Varela passou lá para nos cumprimentar e não ficou, mas a sua esposa dona Zilda participou da festa. Estavam presentes setenta e duas pessoas, somando os cirandeiros e familiares que estavam de visita, os organizadores e os anfitriões. Para mim, foi muito gratificante ver os filhos de meu antigo chefe Aristides Florindo, que foi cirandar no céu. Dona Aurora veio acompanhada dos filhos Júnior e Adriana, que vi crescer e hoje são adultos pelejando pela vida. Vieram também o Milton Lima e sua esposa Remir que moram na Ilha, mas que volta e meia comparecem para rever os amigos. O Milton foi o esteio da Ciranda, sempre resolvendo os problemas que surgiam e facilitando a vida de todos. Foi a peça fundamental para estabelecer e estabilizar o grupo.

E a presença especial do pessoal do Jornal Diário de Fato, que ao longo desses seis anos, vem nos prestigiando e cobrindo nossos encontros. Alice Barravieira e seus filhos Eloice e Allan, que acabaram se tornando membros queridos da Ciranda.

E não poderia encerrar esse relato sem citar os responsáveis pelo sucesso da Ciranda, os músicos! A Ciranda é sempre animada por pessoas especiais, que vão lá tocar seus instrumentos e proporcionar alegria a todos. Albertino Prando é um sanfoneiro de mão cheia, que há cinco anos nos acolheu em sua casa, e nos alegra com o som maravilhoso de seu acordeão. Convidados por ele, outros músicos da cidade se juntaram: a dupla Gerval no acordeão e o Jovaninho no violão, o Zeferino Coqueiro com seu violão, o João sem Terra cantador, o Valdenir violeiro e cantador, o seu Agenor Garcia cantador, o Agnaldo e seu pandeiro, o Wesley com seu cajon... E a turma da Ciranda que forma um coral maravilhoso cantando as músicas caipiras do nosso cancioneiro.
Tudo convergiu para o sucesso da Ciranda. E ao terminar a  minha explanação sobre o sucesso da Ciranda, por sugestão do seu Garcia, fizemos uma oração em agradecimento, pelos seis anos bem vividos e convividos pelos cirandeiros.
Depois, foi a degustação do delicioso almoço.

 E só cantoria pela tarde toda.
E viva a Ciranda!

Mirandópolis outubro de 2016.

kimie oku in



sexta-feira, 21 de outubro de 2016

                               Fazer o bem
               
Ontem ao sair do Conservatório Art Musical de Gustavo Ordine, uma senhora de 83 anos me pediu para levá-la até perto do Mercado do Nilton, para buscar o leite que recebe do Governo.
Mal e mal ela conseguia andar, por problemas nas pernas fracas e doloridas. Pois bem, ela desceu do carro e agradeceu dizendo que eu poderia seguir meu caminho... Mas, ao vê-la capengando daquele jeito, esperei e a conduzi até sua casa. E no trajeto, conversando sobre a sua família, descobri que conheço uma das filhas... Mas, ela nem me ouvia direito, foi me abençoando o tempo todo.
Achei que ganhara o dia!
Logo depois, levei um tombo na calçada, só porque me distraí olhando as flores de um jacarandá mimoso.
E o tombo foi feio, caí de quatro, pensei que ia desmaiar de dor. Ralei um joelho e torci um tornozelo, que mal dava para firmar o pé no chão. Mesmo assim, fui até o carro e consegui chegar em casa sã e salva. Passei a tarde toda com dor e mal e mal conseguia andar...  Os meus amigos do face me consolaram como puderam, e foi bom ver as mensagens de carinho.
E hoje fiquei matutando. Depois que conduzi a senhora, levei um tombo. Seria um castigo? Mas, ela me agradeceu mil vezes e me abençoou. E sei que foi de coração. Então, não foi punição! Ela na sua humildade, me abençoou pra que nada de mal acontecesse comigo. E por que o tombo? Pensei então que, poderia ter quebrado o tornozelo porque caí com o pé virado para dentro. E me apoiei no tornozelo, mas este não se quebrou, só torceu feio e ficou muito inchado como uma bola... E doeu demais. Então, cheguei à conclusão que as preces daquela senhora evitaram o pior. Me protegeram de um mal maior.
Sem as orações, o pior poderia ter acontecido.
E hoje estou andando quase normalmente.
Obrigada, dona Zilda! Obrigada, Deus!
E com essas reflexões, me lembrei de um texto japonês que li em algum lugar. O texto dizia que, muita gente faz o bem na esperança de ser compensado algum dia...
Fazer o bem para ter retorno tira o mérito da ação.
A gente deve fazer o que é preciso pelo próximo, para facilitar a sua vida e minimizar seu sofrimento. Daí, não se deve esperar que Deus nos compense por isso. A ordem natural é estender a mão a quem precisa de um amparo. Isso faz parte da natureza humana.
Esperar que Deus nos compense por ações feitas é o mesmo que ser Mercador...  “Deus, eu faço isso, mas o Senhor me dará aquilo?”
Inconcebível, né? Como é possível ficar negociando com Deus?
E Deus tudo vê, até o mais profundos sentimentos de nossa alma.
         Então, não adianta pensar em retornos e trocas. A gente faz por vontade própria, e deve se esquecer disso. Deixar na conta das boas ações, que todo ser humano deve praticar enquanto for abençoado com vida.
Numa novela coreana, aprendi que as boas ações recebidas devem ser sempre lembradas, assim como do benfeitor. Mas, o que a gente faz de bom para alguém deve ser esquecido no ato, para não perder o mérito de tê-lo feito.
Costuma-se dizer que “Aqui se faz, aqui se paga!” Não existe maldição maior que isso. E geralmente acontece. Sei de famílias inteiras que foram destruídas, por causa de maldades praticadas anteriormente pela própria matriarca...  Mães e pais que criticaram filhos gays alheios, acabaram tendo um membro com essa tendência na própria família... Infelizmente, às vezes acontece essa lei do retorno, do feedback implacável... E só assim para aprender que, ninguém está livre de nada nesse mundo....
Mas, voltando às boas ações que praticamos, vamos aprender uma coisa: Todos nós fomos abençoados com o dom precioso da vida. E quem a concedeu foi Deus. E a vida é muito difícil de ser vivida. Alguns de nós tem coragem e fortaleza para enfrentar todos os embates. Outros são mais fracos e, entregam os pontos diante das tragédias que ocorrem. Então, cabe aos mais fortes emprestar a esses mais fracos essa fortaleza, essa coragem para que todos cumpramos a nossa missão aqui na terra. Porque um dia, ela irá terminar. Até a natureza nos ensina isso. Plantas sensíveis e frágeis que se apoiam em outras mais robustas e vivem em harmonia. Animais que se auto- ajudam nas dificuldades de cada dia...
E por que nós humanos, não podemos fazer o mesmo?
Então fazer o bem sem olhar a quem é o máximo do ensinamento.
Um dia, tudo irá terminar... E deixaremos esse mundo com pesar. Apesar de ser difícil demais viver, todos querem mais um tiquinho de vida. Porque viver é o máximo da ventura, da experiência...
E só temos uma chance de marcar a nossa passagem por este planeta. Que tal marcar com uma boa ação, que se perpetue para sempre?  Para mim, depois de Jesus Cristo, só Madre Teresa de Calcutá conseguiu marcar sua passagem... Temos muito que aprender com ela... Sua assistência aos desamparados, aos abandonados, sua dedicação aos aidéticos terminais, seu amor profundo à humanidade  fez com que a Igreja a reconhecesse Santa.
Há uma passagem em que, Madre Teresa cuidava de um pobre todo cheio de feridas purulentas, na calçada de uma rua em Calcutá na Índia.  Um cidadão que passava, viu a cena e lhe disse: “Não faria isso por dinheiro nenhum desse mundo!” e ela respondeu: “Nem eu!” Porque o que a movia não era o dinheiro, era só amor, amor...
Não é preciso ser uma Madre Teresa... Basta ter compaixão do próximo e, tornar mais humana a nossa relação diária com as pessoas que cruzamos nas ruas. Não importa se a conhecemos, se é branca, preta, velha, capenga, feliz, confusa... Ajudá-la a atravessar a rua, a descer a rampa, a recolher o que ela deixou cair, dar passagem na calçada, abrir-lhe as portas, dar-lhe uma carona...      
 Como isso é gratificante!
São pequenos atos que poderão salvar o nosso dia, e minimizar o sofrimento alheio. E tenho certeza que toda a cidade se tornará mais gentil, mais humana.
Fazer o bem sem olhar a quem.

Mirandópolis, outubro de 2016.
kimie oku in


sexta-feira, 14 de outubro de 2016

   
         Alice


    Alguém me disse outro dia que, há muitos professores aposentados com problemas de depressão. Ou em fase pré depressiva.
     Daí demos tratos à bola.
Infelizmente, professores que foram tão dedicados à Educação ao se aposentarem perdem o rumo da vida. Deixaram a Escola e se sentem totalmente abandonados... Sem referência.
Esses professores prepararam os jovens para a vida e, se esqueceram de preparar a sua aposentadoria. Aposentar-se não é parar de viver. Não é morrer! Tem que ser programada.
Conheço professoras que se tornaram totalmente domésticas, que só passam os dias lavando, passando, limpando e cozinhando... Uma delas até me disse que tem o umbigo grudado no fogão, na pia e no tanque... Triste visão! Mas, por que se anularam assim?
Os dias são longos e é possível programar horas mais agradáveis que ficar grudada no tanque.  Mesmo porque, ninguém passa todos os dias da semana lavando e passando. Cozinhando, pode até ser...
Viver por viver não tem sentido!
É preciso programar cada mês, cada semana, cada dia. E inventar alternativas para não ficar deprimido.
Quem passa a vida só lavando, passando e cozinhando... E nas horas vagas só fica vendo tevê e suas baboseiras, certamente ficará depressivo.  Pode perder até o juízo... É preciso buscar outras opções. Um bordado, um crochê, uma hidroginástica, uma dança, um chá com as amigas...
Aqui em Mirandópolis há muitas alternativas: Grupos de oração, grupos que visitam doentes. Terço dos homens, Cavalgada, as Luluzinhas, Grupo de Professores aposentados, grupo Conviver... a Ciranda. Todos voltados para praticar o bem para os outros e para o próprio grupo. E ainda, há as doceiras que fazem os doces para os Leilões de Gado da Apae e do Hospital de Câncer. Doces deliciosos feitos com capricho como só a boa vontade é capaz de produzir. E recentemente, surgiu um novo grupo de senhoras que arrecadam fraldas para os internos do Asilo. Louvável iniciativa.
Mas, se você não gosta de grupos, é possível ocupar-se com outras atividades. Caminhar no Bosque da Saúde, Visitar o Asilo, oferecer os préstimos para a Apae, para a Casa da Criança, tricotar, fazer toucas e bonés para o Hospital de Barretos ou Jaú, acompanhar doentes vizinhos em suas sessões de tratamento... Conheço o Zé Maria bancário aposentado Professor também, que vai ao Asilo cortar os cabelos e as barbas dos internos, toda semana, e isso há anos seguidos... E outros profissionais voluntários que, oferecem seus préstimos de Dentista, de Pintores de telas aos alunos da Apae uma vez por semana.
Todo mundo tem uma habilidade. E aposentar essa habilidade é muito triste. Então, por que não oferecê-la voluntariamente a quem precisa dela? Mesmo aposentado, você poderá ser útil à sociedade. E há tanta gente que não sabe fazer o que de mais especial você faz... Doar-se é o máximo do serviço voluntário!
Quando se aposenta, a Professora já não é uma simples aposentada, sem referência. Ela carrega um caminhão de experiências, de vivências que aprendeu nas salas de aula, em contato direto com crianças de todos os níveis sociais. E nunca deixará de ser aquela pessoa que ensina. E que aprende a cada dia. Professor é professor sempre, até o fim da vida.
Em Mirandópolis, há em contrapeso, professoras que se aposentaram e nunca pararam de servir à comunidade. Sua aposentadoria não é feita de horas vazias, sem sentido. Elas nunca ficaram fechadas nos seus casulos, como se tivessem terminado sua missão na vida. Elas deixaram seu mundo de conforto, de horas vagas, de aposentadas para arregaçar as mangas e partir para a luta.
Minha amiga Encarnação é uma delas. Aposentada, poderia estar chorando a perda precoce do esposo Edmir, que foi um exemplo de cidadão. Porém, ela partiu para driblar a solidão. Como? Continuando a obra do esposo no Centro Bezerra de Menezes, proferindo palestras para iluminar os caminhos das pessoas... E orientando e confeccionando roupas de bebê para as mães carentes. Bela e útil atividade, que deve lhe proporcionar muita satisfação, além de servir ao próximo.
Outro amigo é o Jorge. Aposentado na Educação, continua atuando na vida pública como Advogado. E teve a oportunidade de servir a Apae por um tempo. Diz ele que foi a experiência mais gratificante que teve. Lá, aprende-se a enxergar a outra face da vida... Face dura, difícil de compreender... E de aceitar.
Outro é o Zé Augusto. Aposentado como Professor, está usando seu tempo para se dedicar às obras sociais da cidade. Leilão de Gado. Serviço voluntário. Aposentou-se mas continua vivo. E muito vivo servindo a comunidade.
E no grupo de doceiras dos Leilões tem uma porção de professoras aposentadas, que se dedicam de corpo e alma em selecionar, descascar, cortar, ferventar os frutos para fazer doces maravilhosos e adoçar a boca do povo. Dentre elas, cito a Regina Rosado, a Zezé Junqueira, sua irmã Carmen Lúcia, Vilma Mardegan e Maria José Ermini.  Havia mais, mas com a idade... E ainda há um grupo de senhoras que se reúnem semanalmente numa igreja, para confeccionar panos de pratos, para serem doados aos Bazares dos Leilões. Gente simples, que no anonimato de suas vidas fazem trabalhos lindos...
Também não posso deixar de citar a Prefeita eleita nas últimas eleições, a professora aposentada Regina Mustafa.  Pelo que tenho observado, ela nunca parou de trabalhar em prol da comunidade. Durante anos e anos comandou o Leilão de Gado Direito de Viver, para o Hospital de Câncer de Barretos. Também esteve todos esses anos pelejando pela Apae, como Diretora da Instituição. Puxando os Leilões também. E pela Amai, participando dos eventos promocionais. Os mirandopolenses reconheceram seu valor e a elegeram Prefeita para o próximo mandato. Merecidamente.
Outra amiga admirável é a Alice.
Tendo perdido o esposo, que lhe deixou uma empresa em precárias condições, somou as forças com os filhos e partiu para a luta. Não deve ter sido nada fácil, mas era preciso dar um sentido à vida dos filhos. E vem pelejando com o Jornal Diário de Fato, que publica minhas crônicas... Hoje em dia, na Era da Informática sobreviver com publicações em papel não é nada fácil. Mesmo assim, estão empenhados, muito empenhados em divulgar as notícias e os eventos da cidade e da região. Além disso, ela participa de eventos em benefício da comunidade, através de um Clube de serviços local.
Às vezes, você não conhece as qualidades das pessoas no dia a dia. Mas, quando as adversidades surgem ou uma crise ameaça uma Instituição, de repente alguém com força de liderança surge do nada e toma o comando. Tenho visto isso acontecer ao longo dos anos. 
E ninguém melhor que um professor aposentado ou uma professora aposentada para assumir esse papel. É que durante toda a sua carreira, em contato diário com os alunos e ocasionalmente com os pais, aprendeu muito sobre a natureza humana. Aprendeu que as pessoas são diferentes, e cada indivíduo tem reações diversas diante das dificuldades da vida. E o líder nato é exatamente alguém que já aprendeu muito nas estradas da vida, pois ele é capaz de se colocar no lugar do outro e sentir empatia. Professor aposentado enclausurado é um grande desperdício.
E assim, posso registrar com orgulho de uma simples professora que, nem todos os professores daqui estão vivendo enclausurados em suas frustrações. Mesmo aposentados estão servindo a sociedade, para que esta funcione regularmente. E o melhor e mais belo é que quase sempre é serviço de doação, de voluntariado, sem remuneração.
Esses professores citados acima estão fazendo a diferença em nossa comunidade, garantindo que muitos doentes tenham o tratamento adequado em Barretos; que os internos do Asilo tenham um atendimento mais digno; que a Apae continue cuidando de nossos jovens que precisam de cuidados de especialistas; que a Casa da Criança continue servindo às mães trabalhadoras. A motivação para essas pessoas é apenas o amor ao próximo.
 É verdade que não só os professores, como também outros profissionais de diversas áreas formam o heroico e imenso grupo de voluntários, que têm o mérito de levar avante essa bandeira. Estou apenas destacando os professores para saudá-los pelo Dia do Professor. Mas a todos os demais, o meu maior respeito.
Viver por viver não tem sentido. Se você olhar ao redor, perceberá que há tanta gente pelejando pra viver, que precisa de um empurrão, de uma pequena ajuda. Então, por que não deixar a sua vidinha vazia de burguês frustrado, e tornar melhor a vida do próximo? Você pode, tem condições e poderá viver melhor, proporcionando um pouco de alegria e conforto a alguém.
Quero prestar uma homenagem especial a Alice Barravieira Gonçales, que saiu do anonimato de professora aposentada e, tornou-se uma mulher empresária, vencedora no campo da comunicação. Acredito que o Elói deva estar feliz e orgulhoso pela continuidade de sua paixão: o Jornalismo.
Na campanha eleitoral gritaram tanto que Mirandópolis iria melhorar se votássemos em tal candidato... Mensagem totalmente vazia para pegar os tolos. Só melhorará com ações de gente que ame a nossa cidade, que cuide de nossas crianças, que se empenhe em cuidar dos doentes e dos idosos.
 Então, presto minhas saudações a todos os professores da cidade, homenageando os professores aqui citados.
Que outros professores saiam de seus casulos e vivam intensamente servindo ao próximo, para tornar mais humana a nossa sociedade. Que surjam outros Zé Augusto, Jorge Chain, Zé Maria de Carvalho, Encarnação Guerra Batista, Regina Rosado, Zezé Junqueira, Carmen Lúcia, Vilma Mardegan, Maria José Ermini, Regina Mustafa e Alice Barravieira.
Viver por viver não tem sentido.
Dê um sentido à sua vida, participando de serviços de doação.
É útil e faz bem à alma.

Mirandópolis, outubro de 2016.
kimie oku in




quinta-feira, 6 de outubro de 2016

                                               Cirandando...
    E na última sexta feira, 30 de setembro, fizemos a Ciranda do mês. A cidade estava muito agitada, por ser antevéspera das Eleições Municipais. Muito barulho, com carros de som em altíssimo volume, e carros demais circulando com adesivos que cansavam aos olhos. Todo mundo estressado...
      E aí nós nos retiramos num cantinho de paz, que é a Chácara Prando, onde fomos cantar e curtir a companhia dos amigos.
    A novidade do dia foi a presença de dona Zilda, esposa do senhor Mário Varela, que ajudou a fundar a Ciranda. E da amiga Jandira Morales Fernandes, que compareceu após meses de ausência. Além da candidata a Prefeita, Regina Mustafa que é cirandeira também. Como é regra do grupo, não houve nenhuma pregação política, mesmo porque ali estávamos reunidos apenas para  aproveitar a tarde conversando e cantando.
  
      Seu Gerval sanfoneiro não compareceu por ter realizado uma pequena cirurgia no olho. Também estava ausente o senhor Albertino Prando sanfoneiro, por motivo de trabalho. Mesmo assim, os demais músicos deram conta do recado. Seu Moacir com a sanfona, Devanir, João Francisco e seu Zeferino com o violão.

E a cantoria correu solta. Todo mundo cantando feliz, esquecido de campanhas políticas e eleições.
Aí, chegou a Lílian, Assistente Social da Amai Mirandópolis, com os internos. Alguns deles cantaram, outros dançaram e outros só assistiram a tudo.
Como em outubro a Ciranda comemora o sexto ano de fundação, ficou estabelecido que a data será comemorada com um almoço.
E a tarde passou feliz e tranquila.
Mês que vem tem mais!



Mirandópolis, setembro de 2016.
kimie oku in


      Eleições e lições
      
       Quem inventou as eleições jamais imaginaria o clima que toma conta de cidades, durante os 45 dias da campanha.
      As pessoas mudam de atitudes e, passam a se preocupar com sua imagem, querendo posar de bons e corretos, mesmo não sendo grandes coisas... Neguin vem cumprimentar dando as mãos como se fosse muito íntimo, mesmo sendo bem indiferente e alheio durante os trocentos anos que cruzou nas ruas, com a gente.
      Tudo com segundas intenções. Querendo um voto. Um voto para   guindá-lo à vaga de Edil na Câmara. Para ser um Legislador do município, embora muitos nem saibam para que serve a Casa Legislativa...
      É muito estranho que uma vaga na Câmara desperte tanta ambição nos cidadãos comuns... Qual será a razão primeira que motiva um homem comum da plebe sem cultura, sem conhecimento político, a se jogar nessa corrida para ser Vereador? Dinheiro? Mas, o salário não é lá essas coisas... Poder? Ah! Deve ser isso. Ele pensa que sendo um Vereador será uma autoridade importante, e todos os respeitarão... Ledo engano!
      Dessa multidão de candidatos a Vereador, uma dúzia apenas sabia claramente a razão de sua luta, de seu empenho. O resto  foi na ilusão de que era tão popular, que seria eleito só de mostrar a cara e o nome nas ruas... Desventurados, iludidos com falsas ideias, se viam já eleitos e se tornando respeitáveis autoridades...
      Mas, a lição de Brasília não foi em vão!
      Os eleitores de todo o país viram o poder e a glória de uma Presidente eleita serem anulados e ela destituída, em razão dos erros cometidos em sua gestão. Nenhum representante do povo pode agir sem obedecer o que manda a Lei Magna do país. E na esteira de sua queda, foram caindo outros peões, que mancomunados com ela destruíram importantíssimas Estatais de longa tradição e história.
      E o povo aprendeu a lição de casa. Decidiu excluir essa corja de políticos que, se tornaram profissionais na arte de enganar os cidadãos, e usar as Prefeituras, as Casas Legislativas e os Palácios de Governo, para tão somente encher as burras com o que não lhes pertencem.
      Aqui em Mirandópolis, um lugarejo perdido no mapa, os eleitores fizeram bonito! Deram uma lição aos políticos corruptos e não se deixaram enganar por seus discursos vazios. Dinheiro foi distribuído às mãos cheias, cestas básicas como presentes e combustível para os donos de carros, que circulavam para encher as ruas com nomes dos candidatos em adesivos. Criou-se uma ilusão de ótica: Pela predominância de carros adesivados, ficou a falsa ideia que o tal candidato era forte, seguro da vitória e ninguém o abateria... Engano que pegou até os próprios candidatos, que acabaram acreditando na própria mentira, na ilusão criada.
      E quando, uma carreata composta em sua maioria com carros particulares sem adesivos, de gente livre e feliz passou por minha rua, vi que essa carreata era composta por pessoas convictas, não pagas para seguir o cortejo... Foi então que, que entendi que essa era a verdadeira manifestação de apoio ao candidato, que puxava o cordão.
      E percebi também que slogan não ganha eleição. Repetir mil vezes que este é o melhor candidato, que vai melhorar a cidade, que fará isso e aquilo não adiantou nada. Palavras perdidas ao vento, sem eco nos corações... Gastaram à toa, combustível queimando, som irritando a população e a repetição pela milionésima vez de que tal candidato iria fazer isso e aquilo por nós...
      Tem gente que pensa que repetir uma mentira até cansar, essa mesma mentira se transformará em verdade. Como são tolos!  No Brasil todo, gritaram que havia um golpe para destituir a Presidente. E eles mesmos acreditaram que era um golpe, de tanto repetirem a mesma coisa, até que todos os brasileiros constataram que era cassação mesmo, por improbidade administrativa da própria Presidente. Errou, foi desonesta? Tem que ser destituída. Lei.
      Então, depois dessa eleição fica uma grande lição para todos:
Quer se candidatar e trabalhar pelo município?
Quer entrar na administração pelo bem de Mirandópolis?
Basta começar a trabalhar agora em prol da comunidade.
Arregace as mangas, ajude o próximo.
Socorra o vizinho que está em dificuldades.
Transporte pessoas doentes aos hospitais.
Ajude a Apae de Mirandópolis a sobreviver.
Cuide da Amai de Mirandópolis, que vive na corda bamba.
Participe das campanhas em prol dos mais carentes, dos esquecidos, dos idosos.
Veja o que pode fazer pelas Creches Municipais, pela Casa da Criança.
 Não fique fechado no seu mundinho de conforto!
Mostre do que é capaz, se realmente quer ajudar.
E pratique isso tudo por dez anos.
E só então, só então saia pedindo votos.
Quem sabe, ganhe até o meu!
Mirandópolis, 3 de outubro de 2016.
 kimie oku in



sábado, 1 de outubro de 2016

                               Eleições Municipais
       
       Eleição é o exercício pleno da Democracia.
    Sem eleição, não há Democracia. E não se pode imaginar um regime democrático, em que os cidadãos não tenham o direito de escolher   os seus representantes, para administrar um vilarejo, uma cidade, um município, uma província, um país.
      É verdade que existem países que são dirigidos há décadas por um Rei, um Imperador, um Presidente... Mas, são países autocráticos, onde eles dão as ordens e o povo só obedece. Comandados à força por Ditadores, que usam o poder em benefício próprio, apenas. E para terem o controle total, o cidadão comum não tem certos direitos, como o de pensar por si só, de falar o que pensa, de criticar os atos do governo, por mais absurdos que sejam. Enfim, o povo não tem liberdade para agir conforme sua consciência, porque as ordens são indiscutíveis. O mandatário falou, tá falado. Cabe ao cidadão acatar as ordens sem pestanejar...
      Ora, todo ser humano inteligente é dotado de uma massa encefálica que faz pensar, analisar, discernir, escolher, refutar, duvidar, condenar... questionar e procurar respostas...
Num regime totalitário, ninguém pode usar essa massa encefálica para agir independentemente. É proibido pensar diferente do governo. É proibido analisar qualquer medida do governo. É proibido discernir sobre atos bons ou ruins do governo. É proibido escolher atitudes diferentes do governo. É proibido refutar ou condenar ordens do governo. Só é permitido rezar na sua cartilha, sem questionar.
Ao povo em regime de opressão só resta obedecer calado. E qualquer atitude suspeita de insubordinação é punida de forma exemplar, para que ninguém mais tenha a coragem de imitá-lo.
No princípio dos tempos todos os vilarejos funcionaram assim. Com uns mandando a torto e a direito e os demais obedecendo. Mas, com a evolução dos tempos, o bom senso prevaleceu e os regimes de mando mudaram. Até chegar na Democracia, que não é uma forma perfeita, mas é a melhor forma de governo.
Inicialmente, os chefes e caciques dos vilarejos foram escolhidos através de aclamação. Mas, a população aumentou e isso se tornou impossível. Daí, inventaram a eleição.
Antes as mulheres nem tinham direito de votar. Mas, a luta pela liberação feminina fez mais essa conquista. E hoje, mulheres estão dando um tom diferente nas disputas eleitorais.
O que mais toca o eleitor são as disputas municipais. Porque está em jogo o futuro do município, que abrange a vida de todos os cidadãos ali residentes. E essas disputas costumam ser agitadas, porque todos se conhecem e as divergências levam muitas vezes às vias de fato, no calor das discussões.
E estou deveras preocupada com as nossas eleições. Hoje, quarta feira dia 28 de setembro, três dias antes do dia D, fiquei sabendo que um dos concorrentes está distribuindo notas de R$50.00 para a população votar nele. E citaram o nome da pessoa tola, que está sendo usada como estafeta e mamãe noel, fora de época...
 É muito decepcionante constatar que os nossos políticos e o nosso eleitorado nada aprenderam com a sujeira de Brasília. (estão imitando?). Brasília se transformou em boca de lixo diante da comunidade internacional, envergonhando-nos a todos os brasileiros.
Se o meu candidato tiver a indecência de comprar votos, eu seria a primeira a propalar para o mundo que, não votarei nele e diria em alto e bom som a razão de minha mudança.
E esse pessoal que se presta a fazer o papel de negociador dessa coisa ilícita? Vale menos ainda que o próprio candidato. E este tem costas quentes, porque alguém deve estar por trás, puxando os cordões para o boneco de fantoche dançar conforme a sua música.
Tudo é apenas um jogo de poder!
E o povo é apenas uma massa de manobra, que é tratada a pão de ló agora, antes das eleições. Depois, tudo é esquecido, e o candidato ladrão que se elegeu só pensará em repor toda a grana que gastou na campanha. De onde irá retirar esse montante? Da nossa falida Prefeitura, de Impostos que pagamos, de nossos IPVAs, dos IPTUs...
E aí, as ruas continuarão cada vez mais esburacadas, os Centros de Saúde totalmente defasados para servir ao povo, as Escolas esquecidas e abandonadas, e a insegurança por conta de ladrões...
Porque a Prefeitura estará falida, não haverá grana para garantir o pagamento dos funcionários, para tapar os buracos do asfalto, para comprar remédios para os doentes, dentre os quais poderá estar o seu pai, a sua mãe, ou o seu filho, para servir merenda nas escolas de seus filhos... É pra isso que elegemos um Prefeito?
E tudo por quê?
Porque você votou errado, meu caro eleitor! Porque aceitou os R$50.00 de um cidadão corrupto, que quis se guindar ao posto de Mandatário do Município para nos roubar.
Acorda, Mirandópolis!
Estamos no século XXI.
E ainda não aprendemos a votar?
      Pra quê então a Democracia?

Mirandópolis, 28 de setembro de 2016.
kimie oku in